Recordes Históricos de Calor
Por: Vitor Munhoz
No dia 3 de julho, o Centro Nacional de Previsão Ambiental dos EUA registrou o dia mais quente da História no planeta, de 17,01°C. Dois dias após, um novo recorde foi estabelecido, aos 17,18°C.
Apesar da influência do El Niño – fenômeno climático periódico que altera os padrões meteorológicos, elevando a temperatura -, o impacto da produção industrial, diante das emissões de dióxido de carbono e gases do efeito estufa lançados na atmosfera, é apontado por cientistas como a principal causa do aquecimento global.
Várias regiões do mundo têm sofrido as consequências da onda de calor, desde a Antártida (que também alcançou temperatura recorde, de 8,7°C) até a região norte do México, onde mais de 100 pessoas morreram entre 12 e 25 de junho devido à insolação e desidratação causadas pelo calor extremo, com picos de até 49°C. Enquanto isso, o Uruguai é afligido por uma forte seca. A capital Montevidéu, por exemplo, passa por uma crise hídrica causada pela pior falta de chuva dos últimos 70 anos.
Renovação do Banco Central
Por: Vitor Munhoz
Após sabatina de duas horas e meia na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal, realizada em 4 de julho, Gabriel Galípolo e Ailton Aquino – dois nomes indicados pelo presidente Lula – foram aprovados para compor a nova equipe do Banco Central. Galípolo, que é Mestre em Economia Política pela PUC-SP, exercia a função de secretário executivo do Ministério da Fazenda; Aquino, servidor de carreira do Banco desde 1998, é pós-graduado nas áreas de Direito e Ciências Contábeis, tendo exercido cargo de auditor-chefe da instituição.
Das 8 cadeiras disponíveis aos diretores do Banco, Galípolo passa a assumir a Diretoria de Política Monetária – setor sensível à questão de juros e câmbio -, enquanto Aquino será responsável pela Diretoria de Fiscalização. As nomeações foram publicadas no Diário Oficial da última sexta-feira (7/jul).
De acordo com a lei sobre a autonomia do Banco Central, sancionada em fev/2021, os cargos têm duração de 4 anos.O mandato do atual presidente da instituição, Roberto Campos Neto, termina em 31 de dezembro de 2024.
Reunião CELAC-UE
Por: Vitor Munhoz
Entre os dias 17 e 18 de julho, representantes de 60 países latino-americanos, caribenhos e europeus estiveram presentes na III Cúpula CELAC-UE, em Bruxelas, capital da Bélgica. Dentre os tópicos discutidos, destaca-se a questão ambiental, temas sensíveis ao comércio internacional, inclusão social e projetos de cooperação, dentre outras. Além de líderes políticos, o encontro contou também com a participação de bancos de desenvolvimento e do setor privado. A reunião não acontecia há 8 anos.
Acordo MERCOSUL-UE
Por: Vitor Munhoz
Apesar de não constar na agenda oficial da Cúpula, o acordo bilateral Mercosul-União Europeia pode ser concluído até o final do ano. Além do apoio da atual presidenta da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, a Espanha – que comanda a presidência rotativa do bloco europeu – defendeu, através da declaração do primeiro-ministro Pedro Sánchez, que “após 20 anos de negociações, acreditamos que agora temos uma janela de oportunidade para ratificá-lo neste segundo semestre de 2023”.
Em comentário sobre o encontro, o presidente Lula disse que “De todas as reuniões que participei com a União Europeia, esta foi a mais exitosa”, destacando o interesse demonstrado pelos europeus em estabelecer parcerias com a América Latina. Segundo analistas, a preocupação com a expansão geopolítica da China no cenário internacional tem motivado a reaproximação do bloco europeu. Dentre os compromissos encaminhados na Cúpula, foram anunciados investimentos da UE na região superiores a R$ 200 bilhões como parte do programa Global Gateway, criado pelo bloco para promover infra-estrutura, saúde e educação nos países em desenvolvimento.
Reforma Tributária
Por: Vitor Munhoz
Criticado por ser um dos mais burocráticos do mundo, o sistema tributário brasileiro está sendo rediscutido após um hiato de mais de 30 anos. A primeira etapa da PEC 45/2019 da Reforma Tributária foi aprovada na Câmara dos Deputados, no dia 07/jul. A proposta segue para o Senado, onde será revisada a partir de agosto. Em caso de alterações, o texto volta à Câmara para nova votação.
Uma das principais propostas da reforma é a simplificação de tributos. 5 taxas serão convertidas no Imposto Sobre Valor Agregado (IVA), de gestão compartilhada: a União passa a arrecadar a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), que unifica IPI, PIS e COFINS; já Estados e Municípios recolhem o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que atualiza o ICMS (estadual) e o ISS (municipal). De acordo com o projeto, a fase de transição gradual para a efetivação do novo modelo terá início em 2026, com duração de 7 anos.
Outro ponto que merece destaque é a nova regulamentação do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). Enquanto atualmente apenas proprietários de carros, motos e caminhões pagam a taxa, a reforma prevê que o imposto será estendido a donos de veículos aquáticos e aéreos, como lanchas, jet-skis, iates, jatinhos e helicópteros.
Preço dos Ovos em Alta
Por: Brunno Velloso
Em meio ao recuo geral da inflação e dos preços dos alimentos no Brasil, o ovo de galinha vem apresentando uma alta expressiva, com aumento de 22,93% nos últimos 12 meses (maior aumento registrado desde 2013, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)). A trajetória de alta nos preços do ovo de galinha ocorre devido à queda na produção, provocada pelos elevados custos de insumos, como milho e farelo de soja – bem como pelo aumento nos preços de embalagens e medicamentos.
A escassez de ovos de galinha igualmente observada na Europa e Estados Unidos, devido a fatores como guerra na Ucrânia e surtos de gripe aviária em países produtores, também impactam no preço devido ao aumento das exportações.
Essa tendência de alta do ovo de galinha contrasta com a maioria dos produtos da cesta do IPCA, que mede a inflação oficial do país, e vai na contramão do cenário de queda nos preços de quase 80% dos produtos no atacado, registrada no último mês, conforme apontado pelo Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV). As carnes e o frango, por exemplo, ficaram mais baratos no mesmo período, com reduções de aproximadamente 6,73% e 3,94%, respectivamente
Hollywood em Greve
Por: Thomas Comin
No início do mês de maio deste ano, os roteiristas associados à Writers Guild of America (WGA) anunciaram a paralisação de suas atividades. Entretanto, pouco se avançou nas negociações após cerca de dois meses, deixando a indústria cinematográfica estadunidense em estado de apreensão: poderia essa greve impactar tanto a indústria quanto a greve de 2007-2008?
A resposta viria no dia 13 deste mês de julho, quando a Screen Actors Guild – American Federation of Television and Radio Artists (SAG-AFTRA), sindicato dos atores do Estados Unidos que conta com mais de 160 mil filiados, anunciou que os artistas também paralisariam suas atividades, somando suas pautas e seus piquetes aos roteiristas em greve. Uma greve conjunta entre essas classes de trabalhadores não ocorria há mais 60 anos, dando o tom do que pode ser a maior paralisação da história de Hollywood. Entre as reivindicações da greve encontram-se divergências acerca dos valores de residuais repassados, utilização de novas tecnologias como as IAs, condições de trabalho, etc.
Desenrola Brasil
Por: Ana Gabriela
Através de um plano de ações desenhadas pelo Ministério da Fazenda, o governo federal lança um projeto visando diminuir a inadimplência das famílias.
Com o início da Pandemia – e consequente boom das compras online – somado a flexibilização de regulação das fintechs, a disponibilidade de crédito no país aumentou exponencialmente.
Segundo dados do Banco Central, atualmente, o número de cartões de créditos cadastrados sob o nome de pessoas físicas ultrapassa o dobro da população economicamente ativa (PEA). Além disso, no período entre junho de 2019 e junho de 2022, houve um aumento de 310,10% de cartões cadastrados em bancos digitais, o que demonstra que a grande expansão do crédito está concentrada em bancos como: Nubank, C6, Inter, Pan, etc.
Analogamente, dados da nota de crédito divulgados pelo Banco Central constataram uma inadimplência recorde em março de 2023: 48,2% das pessoas com acesso à crédito não foram capazes de regularizar suas situações financeiras.
Pensando nisso, o governo decidiu vigorar nesta segunda-feira, dia 17 de julho, o programa “Desenrola Brasil” com objetivo de facilitar a renegociação de dívidas visando diminuir a inadimplência.
Segundo relatório do Ministério da Fazenda, o programa tem potencial de ajudar 70 milhões de brasileiros endividados a renegociar dívidas realizadas entre 2019 e 2022 e a adesão do programa é voluntária.
“Atualmente, o Brasil tem 70 milhões de negativados, potencial de beneficiários que o Desenrola espera atingir. Poderão ser renegociadas as dívidas negativadas de crédito de 2019 até 31/12/2022. A adesão ao programa por credores, beneficiários e bancos é voluntária.”.
Apesar da adesão voluntária, os grandes bancos nacionais parecem estar dispostos a contribuir com a política. Apesar de não conter dados oficiais publicados, o secretário de política econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, cedeu uma entrevista ao Valor Econômico informando que, segundo dados fornecidos pelas agências cadastradas no programa, houve um aumento de 3 a 4 vezes do interesse dos consumidores por renegociar suas dívidas.