Copom Eleva Selic para 13,25% ao Ano e Sinaliza Novo Aumento
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa Selic de 12,25% para 13,25% ao ano na quarta-feira (29/01). A decisão, tomada por unanimidade, reflete a preocupação com a inflação persistente e a necessidade, na visão do Copom, de uma política monetária mais contracionista. O Comitê destacou que o cenário externo segue desafiador, principalmente devido à política econômica dos Estados Unidos e à postura do Federal Reserve, o que aumenta as incertezas sobre a trajetória da inflação global.
No cenário doméstico, foi apontada a resiliência da atividade econômica e as pressões no mercado de trabalho como fatores que impulsionam a inflação. As projeções do Banco Central indicam que a inflação permanecerá acima da meta nos próximos anos, com as expectativas para 2025 e 2026 subindo para 5,5% e 4,2%, respectivamente. Diante desse contexto, o Copom sinalizou que, caso o cenário atual persista, poderá elevar a Selic novamente em março, mantendo sua estratégia para garantir a convergência da inflação.
A Selic é o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação. Sua elevação reduz o consumo e os investimentos ao encarecer o crédito, contribuindo para o controle do aumento do nível de preços. No entanto, é importante ponderar o impacto do aperto monetário sobre o crescimento econômico do país. O próximo encontro do Copom está marcado para os dias 18 e 19 de março, quando a evolução do cenário será reavaliada.
Governo revoga exigência de reporte de transações via Pix acima de R$ 5.000,00 após campanha de fake news
O governo federal revogou a Instrução Normativa RFB nº 2.219, que determinava que instituições financeiras reportassem à Receita Federal transações via Pix acima de R$5.000,00 para pessoas físicas e R$15.000,00 para empresas. A revogação foi oficializada por meio da Instrução Normativa RFB nº 2.247, publicada no Diário Oficial da União em 15 de janeiro de 2025.
A decisão ocorreu após intensa campanha de desinformação, amplificada pelo deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que espalhou vídeos sugerindo que a medida resultaria na taxação do Pix e monitoramento irrestrito de contas bancárias. A narrativa falsa mobilizou grande resistência popular, dificultando a defesa da norma e levando o governo a recuar.
A regra fazia parte do sistema da e-Financeira, que já exige que bancos reportem movimentações acima de determinados valores à Receita. O objetivo era harmonizar o monitoramento do Pix com outros meios de pagamento, como TED e DOC, que já eram reportados automaticamente. A medida visava reforçar o combate à sonegação fiscal, corrupção e lavagem de dinheiro, sem permitir acesso direto da Receita às contas bancárias dos cidadãos.
Com a revogação, transações via Pix acima de R$5.000,00 não serão mais informadas automaticamente à Receita, mas as regras gerais de monitoramento permanecem. Bancos seguem reportando movimentações acima de R$2.000,00 para pessoas físicas e R$6.000,00 para empresas, e transações suspeitas continuam sob a supervisão do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
A revogação expõe o impacto das fake news sobre políticas públicas e a dificuldade do governo em reagir a campanhas digitais. A propagação de informações falsas comprometeu o debate técnico sobre fiscalização tributária e reforçou a capacidade de mobilização da oposição. O recuo também enfraquece a imagem do Poder Executivo, em especial, do Presidente Lula, que demonstra dificuldade em sustentar medidas alvo de ataques mesmo quando tecnicamente justificadas.
“Ainda estou aqui” é indicado a 3 categorias do Oscar
O filme “Ainda estou aqui” foi indicado a 3 categorias do Oscar 2025, evento que ocorrerá em março deste ano. O longa-metragem dirigido por Walter Salles e estrelado por Fernanda Torres e Selton Mello é uma adaptação do livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, filho de Rubens e Eunice Paiva. A obra foi indicada às categorias de melhor filme internacional, melhor filme e melhor atriz (Fernanda Torres). Vale ressaltar que a indicação na categoria de melhor filme no Oscar é inédita, marcando a história do cinema brasileiro.
A película cinematográfica disputou a categoria de melhor filme de língua não inglesa nas premiações do Globo de Ouro 2025, vencida por “Emilia Pérez” — filme francês que vêm recebendo inúmeras críticas ao possuir um elenco com artistas hollywoodianos para contar uma história em espanhol ambientada no México. Na mesma premiação, entretanto, a atriz Fernanda Torres foi consagrada vitoriosa na categoria de melhor atriz em filme de drama.
EUA se retira novamente de Acordo de Paris
Como uma de suas primeiras ações ao ser empossado presidente dos EUA, Donald Trump assinou um decreto que retira o seu país do Acordo de Paris. O tratado internacional adotado em 2015 durante a COP21 em Paris busca a adoção de medidas por parte das nações signatárias, visando a diminuição das emissões de carbono em escala global, uma das maiores causas do colapso ecológico em curso.
Essa não é a primeira vez que o negacionista climático Trump toma uma ação desse tipo enquanto presidente. Em seu primeiro mandato, revogou mais de uma centena de regras e normas ambientais, além de ter retirado os EUA do Acordo de Paris entre 2017 e 2021. A justificativa para as medidas atuais permanece a mesma, privilegiando o crescimento econômico de seu país em detrimento das condições ambientais. A decisão, porém, só deve ser efetivada na prática em 2026.
Bilionário realiza gesto nazifascista em posse do presidente dos EUA
Diversos CEOs de Big-techs (as grandes empresas de tecnologia) estiveram presentes na posse de Donald Trump neste mês de janeiro, entre eles Jeff Bezos (Amazon), Mark Zuckerberg (Meta) e Elon Musk (Twitter). Além do grande apoio recebido pelo novo governo estadunidense por parte desse setor, o que mais chamou atenção nos noticiários do evento foi a saudação de Musk (feita duas vezes) para o público: braço direito estendido de forma diagonal com a palma da mão aberta e para baixo. O gesto foi reconhecido como uma saudação nazifascista e amplamente criticado, incitando fortes críticas em torno do globo.
Exemplos de reações puderam ser vistas em países com histórico de regimes de extrema-direita. Na Alemanha, uma imagem da saudação com a palavra “Heil” foi projetada na fachada de uma fábrica da Tesla, empresa pertencente ao bilionário. A projeção formava a frase “Heil Tesla” acima da imagem de Elon, em uma clara referência ao regime nazista. Já na Itália, um coletivo de esquerda, composto por universitários de Milão, pendurou um boneco em referência a Musk na Piazzale Loreto — praça em que o corpo de Benito Mussolini ficou exposto.
Apesar de defensores de Musk alegarem que o gesto teria sido mal interpretado, e do próprio dono do Twitter ter se defendido, afirmando que está sofrendo com fake news, ele evitou se posicionar sobre sua relação com a extrema-direita e o nazismo. O bilionário sul-africano, porém, fez questão de deixar claro seu posicionamento ao aparecer poucos dias depois em um evento do partido de extrema-direita alemão, Alternativa para a Alemanha (AfD). No evento, Musk declarou que os alemães devem ter orgulho nacional e superar a culpa do passado, um argumento típico da militância de extrema-direita alemã, sendo repudiado por diversas pessoas, como Dani Dayan, diretor do Centro Mundial de Memória do Holocausto.
