Por Thomas Comin

     É impossível viver no estado do Rio de Janeiro e nunca ter ouvido falar sobre a violenta e interminável “guerra às drogas”. Abordada diariamente de maneira sensacionalista pela mídia hegemônica e estimulada por diversos setores políticos conservadores, parte da população segue apoiando as incursões violentas que podem atingir qualquer um, mas tem como alvo principal as camadas sociais mais vulneráveis de nossa sociedade, servindo como ferramenta para o encarceramento e assassinato da população jovem e negra.

     Infelizmente, não são raros os casos de pessoas assassinadas em meio ao conflito. Para se ter uma melhor noção, no ano de 2022 foram contabilizadas 1.327 mortes por intervenção de agentes das forças de segurança no estado do Rio de Janeiro. Ainda, estudo recente do Ipea revelou que 34% das mortes violentas no Brasil em 2017 tiveram relação com a guerra às drogas. Enquanto isso, a liberação do porte de maconha para uso pessoal está sendo pautada no STF, com o placar atual de 5×1 a favor da liberação. O debate público, porém, segue sendo tratado em sua grande maioria das vezes de maneira superficial e moralista, sem a politização necessária para se avançar coletivamente rumo a uma sociedade menos violenta.

     Para falar sobre o tema, abordando diversas questões como a criminalização dos usuários de drogas, racismo e violência estatal, o PET Economia UFF convida Walkíria Nictheroy, cria do Morro do Palácio, atual subsecretária de governo e gestora do Centro Cultural de Cidadania e Economia Criativa (MACquinho), e Marcio Roberto, doutorando em Economia pelo PPGE-UFF e membro do NIEP – Marx, onde atua como pesquisador do assunto em questão. O evento ocorrerá no dia 04/10, às 18:30h no auditório do Bloco E do campus Gragoatá. O evento é gratuito e para receber o certificado de participação basta fazer a sua inscrição direto no site: https://www.even3.com.br/guerra-as-drogas-395754/.

     Fazemos esse chamado para que a comunidade acadêmica da UFF se some a esse debate e faça conosco a pergunta: a quem interessa a violência policial?

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